Venho de uma família de homens e mulheres machistas, criei aversão ao esteriótipo da dona de casa.
Sou a única da família que fez faculdade, pós, sempre fui independente e minha gravidez foi toda planejada.
Decidi parar com meu trabalho profissional para ficar com meu filho.
E sem me dar conta lá estava eu Do Lar! Sofrendo todos os terríveis problemas que vi minha mãe, vó, tia, vizinha e todas as mulheres donas de casa que conheci: trabalho interminável, uma correria sem fim, acaba e já está tudo lá novamente por fazer, um cansaço mental maior ainda que o físico.
O pior é ouvir das pessoas: ah você não trabalha?
O quê?!?!
Nunca trabalhei tanto na minha vida e sob tanta pressão, a função é de 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Dizem que até Deus descansou no 7º dia, mas mãe Do Lar não, o 7º dia é igual ao 1º, 2º, 3º.
Agora é preciso cozinhar todos os dias com criatividade no sabor, aparência e nutrientes.
Alegria pelo próximo feriado para então conseguir passar toda a roupa.
Até curtir programinhas e novelinhas na TV, não aqueles batidos da Globo, imagina, tem os mais modernos da TV a cabo, muito modernos, ensina receitas, dão dicas de decoração para casa, fala de saúde e beleza, moda, muito bacana. Que ironia não?
Atingir 5 horas de sono seguidas por noite foi um luxo.
Ir a academia depois de o patrãozinho dormir, outro.
Cuidar da aparência para, pelo menos, deixar de parecer meu irmão foi mais que luxo foi uma benção.
Deparo então com as “grandes” descobertas.
A felicidade e a liberdade de estar com meu filhote o tempo todo, de dedicar toda minha energia, tempo e conhecimento a ele, a minha casa, aos meus projetos pessoais.
A “grande” descoberta das alegrias de ser Do lar, meu emprego para o que realmente vale a pena, brincar na cama de tarde, dar muita risada, fazer bagunça com água, deixar a louça pra mais tarde e brincar no parquinho, estourar pipoca para os amiguinhos...
A “grande” descoberta de que essa é uma ótima fase da vida e que, como todos dizem, passa rápido e quando menos se espera meu filho estará independente seguindo sua vida e eu terei muito tempo só para mim novamente.
Descobri que as coisas para mim ganharam um sabor especial feitas no tempo livre, ficaram mais objetivas, pensadas e curtidas.
Certamente cada mãe, cada mulher tem suas grandes descobertas e seguem suas vidas como acreditam ser melhor, a minha foi pelo único caminho que jurei de pé junto que não seguiria, está aí mais uma boa lição da vida.
1 comentários:
Deborah, super verdade!
Eu tbem pensava como você e mudei totalmente minha visão!
E que delicia é poder curtir tudo isso agora né?
beijo
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